domingo, 20 de dezembro de 2009

A avaliação de Visão Subnormal está indicada para pacientes com Diabetes?

A Visão Subnormal está indicada para qualquer caso em que a pessoa não consiga uma boa funcionalidade de visão com os recursos óticos convencionais (ÓCULOS, LENTE DE CONTATO). Faz-se necessário a avaliação oftalmológica e o tratamento indicado. No caso de DIABETES, a pessoa deverá manter um bom controle clínico e ter avaliação constante de Retinopatia Diabética (ver RETINA). Uma vez definido e controlado o estágio de patologia de base, a pessoa estará apta para a avaliação de Visão Subnormal.

Contribuição da professora Erliete

Os recursos de Visão Subnormal são raros?

Alguns sim, outros não. Atualmente dispõe-se de alguns RECURSOS fabricados no Brasil. Alguns dos recursos importados são mais acessíveis hoje do que há alguns anos atrás. O mais importante é que o paciente seja avaliado e junto com a prescrição dos recursos, independente de eles serem adquiridos ou não, serão feitas as recomendações para aperfeiçoar a funcionalidade da visão independente de recursos.

Contribuição da professora Erliete

A Visão Subnormal se baseia somente na prescrição de lentes especiais?

Não. Pode se dispor de RECURSOS ÓTICOS, não óticos, tecnológicos e não visuais. A uma pessoa que tenha dificuldade de deambular por apresentar um CAMPO VISUAL reduzido, poderiam ser sugeridas “Orientação e Mobilidade” que permitirá autonomia na deambulação. O uso de boné e protetores laterais no caso de pessoas albinas diminui o desconforto com a luz. Outras orientações como reforçar o contraste, sentar próximo ao quadro, xérox ampliada também não dependem de recursos.

Contribuição da professora Erliete.

Como determinar a porcentagem da visão?

A VISÃO é uma soma de várias funções visuais: ACUIDADE VISUAL, CAMPO VISUAL, VISÃO CROMÁTICA (visão para cores), ESTEREOPSIA (percepção de profundidade) e outras. Quando se falava em porcentagem de visão, a referência era com relação à agudeza visual que é o exame clássico de ver letras ou desenhos a uma determinada distância. Dependendo da patologia, a pessoa portadora de visão subnormal pode ter uma baixa acuidade visual e se tiver um campo visual reduzido, terá dificuldade na de ambulação. Por isso não é possível que considerem a primeiro exemplo como uma porcentagem baixa de visão e o segundo com uma porcentagem alta.

Contribuição da professora Erliete.

Faz mal ver televisão de perto?

Não há nenhuma prova científica que possa afirmar que a emissão de raios catódicos pela TV possa trazer algum dano ao globo ocular. É comum este tipo de queixa com crianças no atendimento oftalmológico no dia a dia e na maioria das vezes não se encontra nenhuma patologia. Além da indicação do exame oftalmológico, é bom ressaltar a importância de que nos casos de visão subnormal, a magnificação obtida pela pouca distância faz a diferença para ver melhor e serve como ESTIMULAÇÃO VISUAL quando necessário. Apesar dos palpites de que faz mal, não há contra-indicação para ver TELEVISÃO de perto.

Contribuição da professora Erliete.

A partir de que idade, a pessoa que tenha algum problema visual, deverá ser submetida a uma avaliação de Visão Subnormal?

Desde o nascimento. Nasceu de um recém nato prematuro, ou que tenha tido algum sofrimento no parto (ver GRAVIDEZ), ou que haja a constatação de algum dano ocular por infecção ou outra causa, deverá ser submetido após a avaliação oftalmológica e avaliação de visão Subnormal. No caso de um recém nato ou uma criança de baixa idade, poderá ser indicada a ESTIMULAÇÃO VISUAL precoce.

Nota: Contribuição da professora Erliete

domingo, 6 de dezembro de 2009

Materiais para Deficientes Visuais

No link abaixo você encontrará diversos materiais para deficientes visuais.
http://www.cmdv.com.br/materias.php?cd_secao=2&codant=

Vídeo: Depoimento de uma aluna(tem 19 anos) com VSN , fala sobre seu percurso escolar

Vídeo: Inclusão do aluno com VSN, observações do aluno com VDV (características) e avaliação funcional da visão.

Vídeo: 9 dicas da professora Maria da Graça; mostra como o professor especializado deve proceder com alunos (VSN); Instruções de como lidar com aluno

Vídeo: Explicação da professora Maria da Graça de como deve ser a ambientação da sala de aula e procedimentos em relação a esse aluno (VSN).

Curiosidade

PERSONALIDADES E O GLAUCOMA
Inserido em 21/01/2009 - 13:43 — Jean
O glaucoma também tem feito parte da biografia de personalidades conhecidas por desempenharem papéis importantes no mundo da arte e da política.
Uma dessas biografias, que originou um filme em 2004, é a de Ray Charles Robinson, músico nascido na Geórgia, proveniente de família pobre e que ficou cego aos seis anos, época em que tratava o seu glaucoma congênito através de remédios caseiros. Quando perdeu a visão, Charles já sabia piano e na adolescência aprendeu a compor e escrever arranjos em braille. O seu estilo único, distinto e emocional o fez um dos artistas mais influentes de sua geração.
Tenor, compositor e produtor musical italiano, Andrea Bocelli gravou quatro óperas. Ele nasceu em 1958 com glaucoma congênito e ficou completamente cego quando tinha doze anos por causa de um acidente que ele sofreu quando foi atingido na cabeça jogando futebol. Depois de trabalhar por um ano como advogado, passou a ter aula de canto e se dedicar em tempo integral para a música, que o levou a concertos premiados por todo o mundo.
Um exemplo mais próximo de superação é o do produtor e apresentador de rádio e tv Dudú Braga. Dudú, como é chamado Roberto Carlos Segundo, filho do cantor Roberto Carlos, nasceu com glaucoma congênito que o fez perder a visão do olho direito e o fez conviver com 30% da visão do olho esquerdo. Ele sempre foi amante do surf e tinha uma vida absolutamente normal até os seus 22 anos, quando ao voltar de Maresias com a namorada e percebeu uma mancha preta em seu campo de visão. Dudú havia sofrido um descolamento de retina, comum em casos graves de miopia como o dele. Duas semanas depois ele se mudara para Houston, Texas (EUA), onde foi operado 7 vezes em dois anos. A sua perda de visão foi gradativa, o que, segundo ele, ajudou na sua adaptação. Hoje ele tem baixa visão e enxerga 5% com o olho esquerdo.
“A cegueira foi gradativa, a partir dos 22 anos até os 24. Nesse tempo, fui me adaptando e me acostumando com a nova situação. Fiquei com um monte de questionamentos, natural em quem fica com deficiência. O apoio da minha família e amigos foi super-importante. Mas o impacto maior foi a perda da mobilidade, seguida do período de adaptação. O que me ajudou também foi o meu bom-humor.”, disse Dudú em entrevista à AME.
Barbosa Lima Sobrinho foi um jornalista consagrado e escritor, além de deputado federal e governador do Pernambuco. Foi acometido por um glaucoma que o fez perder a visão do olho direito, o que o fez confidenciar, ao se utilizar apenas do olho esquerdo, que:
- Eu digo que é minha consagração como esquerdista.
Além de Barbosa Lima, o cenário político teve glaucomatosos como o presidente Jânio Quadros, que estava sempre acompanhado pelos seus célebres óculos de armação preta e o Marechal Rondon, militar e sertanista brasileiro que foi acometido pelo glaucoma na época em que colaborava com o governo Getúlio Vargas.
Em um cenário político mais recente, o democrata David Paterson se tornou o primeiro governadorcego dos EUA, ao substituir o então governador que se envolvera com escândalos sexuais. Paterson teve uma infecção nos olhos nos primeiros meses de vida, o que o fez ter baixa visão, sendo cego do olho esquerdo e tendo 5% do olho direito. Descobriu ter um glaucoma agudo secundário que o fez passar por cirurgias para baixar a PIO e se livrar das fortes dores e desmaios que estava tendo e que é comum nesse tipo específico de glaucoma.
O cantor Élvis Presley, no final de sua carreira, também foi acometido por uma infecção no olho que o fez sentir fortes dores e que acarretou um glaucoma secundário. Por volta dos 40 anos passa por cirurgia que resulta em cegueira parcial que se somava a diversos outros problemas de saúde que o acompanharam até ser encontrado morto aos 42 anos.
O escritor irlandês James Joyce enfatizava o aspecto sonoro da linguagem, em detrimento de descrições mais visuais, por causa de seu glaucoma. Seu último livro foi praticamente ditado para seu assistente e ele usava peças curiosas como um tapa-olho do tipo de pirata, além do hábito de usar cinco relógios de pulso que marcavam a mesma hora.
Considerado o maior poeta inglês depois de Shakespeare, John Milton ficou totalmente cego aos 44 anos por causa do glaucoma e também ditava os seus versos para a sua filha ou secretários. A sua maior obra - "Paraíso Perdido" – foi ditada durante estes anos de cegueira.
Bach e Handel, dois dos maiores gênios da história da música, protagonizaram um episódio intrigante. Os dois, no final da vida, começaram a perder a visão, o primeiro por causa da catarata e o segundo por causa do glaucoma. Apesar de viverem na mesma época e na mesma região, não chegaram a se conhecer pessoalmente. Os dois optaram então pela cirurgia nos olhos.
Em 1749, John Taylor, médico especializado em oftalmologia, encontrava-se de passagem por Leipzig, na Alemanha, e operou os olhos de Bach. O procedimento foi um fracasso e Bach perdeu a visão. Depois disso, A má reputação de Taylor, que já era conhecida, se alastrou ainda mais. Ainda assim, dois anos depois, Handel se submeteu à cirurgia com o mesmo médico, encontrando um destino similar ao de Bach.
Fonte: http://www.vejam.com.br/node/51#comment-7

Depoimentos

Depoimento da professora Giseli Martins de Souza


As discussões acerca da deficiência visual ainda são muito relevantes se relacionado a complexidade da situação, principalmente no que tange a educação escolar. Pois infelizmente nós professores ainda estamos muito despreparados para lidar com essa situação. Quero aqui lembrar uma situação que vivi em sala de aula com dois alunos com deficiência visual. Um deles apresentava visão parcial, esse aluno tinha uma grande dificuldade de aceitar esse problema, depois de muitas conversas com ele e com o apoio da família e profissionais especializados conseguimos fazer com que este aluno utilizasse material ampliado para facilitar a leitura e escrita. No caso do segundo aluno não tive muito sucesso, pois este enxergava muitíssimo pouco e a escola não dispunha de material adequado para trabalhar com esse aluno muito menos profissionais especializados. Dessa forma, vejo que a inclusão dos deficientes visuais ainda precisa ser bem repensado, pois não basta simplesmente colocar esses alunos na escola sem preparar e adequar a escola e os profissionais para recebê-los.



Depoimento de Jairo da Silva

Olá!
Meu nome é Jairo da Silva, nasci em 11-12-1977, em Santa Catarina, no município de Florianópolis. Vivi desde o nascimento em Palhoça, na Grande Florianópolis.
Nasci com uma deficiência visual (Retinóis pigmentar). Com baixa visão, as dificuldades na sociedade foram muitas. No meu bairro, o preconceito foi gigantesco...
No colégio, não foi diferente, reprovei duas vezes na primeira série e uma vez na segunda, e graças a umas aulas de reforço de uma professora dedicada, passei na terceira série, depois de ficar em recuperação. Na Quarta série, a dificuldade aumentou. Reprovei duas vezes.
Da quinta a oitava série, foi um desastre. O colégio não tinha qualificação para trabalhar com cegos. Passei por momentos terríveis. Como não sabia como agir, ficava calado. A Fundação Catarinense de educação especial - FCEE - mantinha uma sala de recurso que, teoricamente, dava suporte para o colégio, que por sua vez nos auxiliava. Isso na teoria, porque na prática... O colégio me deu o certificado, mesmo sabendo que eu não tinha o conteúdo necessário.

http://ube-164.pop.com.br/repositorio/35707/meusite/jairotxt.htm


Depoimento de Sandra Estêvão Rodrigues

Devido a um Glaucoma congênito, que me permitia apenas uma visão aproximada a um décimo do que habitualmente se considera normal, tive necessidade, desde que comecei a ler até aos meus 17 anos, de recorrer a ampliações e de utilizar uma lupa manual bem pesadinha. Esta foi então a minha primeira Ajuda Técnica, que me acompanhou até ao final do Ensino Secundário e que me permitia devorar os muitos livros que ia buscar à biblioteca itinerante Gulbenkian.
Pelo mesmo motivo, a partir daquela idade, fiquei apenas com a visão da luz e de algumas cores. Assim, vi-me obrigada a guardar a minha velha e tão querida lupa e fiquei uns anos restrita a uma máquina de escrever braille e ao pouco material de leitura disponível neste método de escrita, a uma máquina de escrever tradicional, a um gravador e aos livros em cassetes áudio. Digo restrita porque outra coisa não poderia ser, conhecendo hoje as potencialidades do computador, que me está acessível graças a um programa de leitura de ecrã. Não posso esquecer o meu espanto quando pela primeira vez ouvi um sintetizador de voz e como fiquei incrédula face à possibilidade de algum dia entender aquela voz que me soava tão estranha. Agora é uma companhia familiar muito agradável.
Quando há oito anos comecei a utilizar o computador, estava longe de imaginar as suas virtudes. Naquela altura, trabalhava ainda no antigo e esquecido MS-DOS e o programa Word Perfect pareceu-me já uma maravilha, comparado com o que até aí dispunha. Estava eu a terminar a minha Licenciatura em Psicologia e apreciei então a possibilidade de escrever o meu relatório de estágio, com as vantagens de um processador de texto. No entanto, a internet era ainda uma miragem.
Foi só três anos depois que comecei a utilizar as ferramentas disponíveis em ambiente Windows. É graças a esse fabuloso avanço que hoje posso desempenhar as minhas funções como coordenadora do Gabinete de Apoio ao Estudante com Deficiência da Universidade do Minho, no qual trabalho desde o meu estágio curricular.
Foi também graças a isso que hoje, aos 30 anos, terminei a minha dissertação de Mestrado. Só lamento não ter tido esta ferramenta de trabalho durante a Licenciatura. A que árduos trabalhos e a que dificuldades teria estado poupada!
Hoje, o computador é o objecto que mais prezo e que mais está presente no meu dia-a-dia. Não só por tudo o que já disse, mas também porque posso continuar a usufruir com maior amplitude do meu hobby favorito: a leitura.
Reconheço também a ajuda da minha linha braille, sobretudo quando se trata de participar em reuniões de trabalho ou de falar em público, já que a minha pouca rapidez de leitura em Braille faz-me preferir a voz sintetizada para as restantes tarefas.
Com o desenvolvimento das tecnologias que permitem o acesso de pessoas como eu ao computador, fica transposta uma das grandes barreiras no nosso acesso à informação e consequentemente ao mercado de trabalho. Mas, parece-me que está ainda por resolver outra barreira importante: as crenças e atitudes sobre a deficiência em geral, e sobre a cegueira em particular, que conduzem a uma tão grande resistência dos empregadores em dar oportunidades e em proporcionar desafios a quem sofre destas condições.
Felizmente, tenho um trabalho acessível e que me dá prazer. No entanto, a minha própria experiência e a de outros que comigo a têm partilhado, mostram-me como neste campo existe ainda muito a fazer.

http://www.lerparaver.com/amigos/sandra.html

Bibliografia recomendada

Para aqueles que desejam se aprofundar nas questões inerentes à Baixa Visão, a seguinte literatura é recomendada:

• BRUNO, Marilda Moraes Garcia. O desenvolvimento integral do portador de deficiência visual. Da intervenção precoce à integração escolar. Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual. São Paulo, 1993.

• BRUNO, Marilda Moraes Garcia. Deficiência Visual: Reflexão sobre a prática pedagógica. Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual. São Paulo, 1997.

• CASTRO, Danilo D. Monteiro de. Visão subnormal. Rio de Janeiro: Editora Cultura Médica, 1994.

• COSTA, Jane de Almeida. Adaptando para a Baixa Visão. Pnabv – Projeto Nacional para Alunos com Baixa Visão, MEC – Secretaria de Educação Especial, Brasília/DF, 2000.

• COSTA, Jane de Almeida. Aluno com Baixa Visão. Enfoques Pedagógicos. Pnabv – Projeto Nacional para Alunos com Baixa Visão, MEC – Secretaria de Educação Especial, Brasília/DF, 2000.

• HADDAD, M. Aparecida O.: KARA-JOSÉ, Newton; SAMPAIO, W. Baixa Visão na Infância. Manual básico para Oftalmologistas. Laramara. S. Paulo.

• HADDAD, M. Aparecida O.: KARA-JOSÉ, Newton; SAMPAIO, W. Auxílios para Baixa Visão. Vol.I. Coleção Baixa Visão. Laramara. S. Paulo.

• MARTÍN, Manuel Bueno; BUENO, Salvador Toro. Deficiência Visual. Aspectos psicoevolutivos e educativos. Livraria Santos Editora Ltda., 2003.

• OLIVEIRA, Regina C. de Salles; KARA-JOSÉ, Newton; SAMPAIO, Marcos Wilson. Entendendo a baixa visão. Orientação aos Professores. Pnabv – Projeto Nacional para Alunos com Baixa Visão, MEC – Secretaria de Educação Especial, Brasília/DF, 2000.

Sugestões para adaptações de textos didáticos para alunos com baixa visão

A maioria das pessoas com baixa visão apresenta grande dificuldade em atividades que envolvam a leitura e a escrita. Como elas possuem maneiras próprias de ver, é praticamente impossível estabelecer-se um padrão gráfico único que atenda a todas com a mesma eficiência. Mesmo cientes dessa limitação, consideramos importante instituir parâmetros que atendam ao maior número possível de pessoas que terão, pelo menos, uma parte de suas necessidades atendida, e dessa maneira possibilitar seu acesso ao conhecimento.Por isso indicamos, abaixo, alguns modelos a serem adotados na adaptação de textos para a clientela de baixa visão

• Fonte: Arial, Verdana ou Tahoma. Não utilizar letras rebuscadas ou com serifas;
• Corpo: 24, em negrito;
• Número de caracteres por linha: de acordo com Natalie Barraga (1985), é recomendável o máximo de 39 caracteres por linha;
• Entrelinhas: sugerimos um espaço e meio entre as linhas para tornar a leitura mais eficiente;
• Espaço entre as palavras e letras: padrão;
• Cor do papel e da tinta: o papel branco, marfim ou gelo sem brilho e tinta preta proporcionam maior contraste;
• Opacidade do papel: suficiente para evitar sombreamento pelo seu verso (segundo FNDE/SEESP – gramatura mínima de 90g);
• Ilustrações: figuras simples, com poucos detalhes; contornos espessos e bem definidos, contrastantes com o fundo; cores vivas. Elas devem estar próximas ao texto que lhes faz referência. As ilustrações bem empregadas enriquecem o texto e facilitam sua compreensão.

Orientação para pais e professores

Recomendamos a utilização de:

1) lápis 6B ou com grafite escuro;
2) hidrocor ou caneta esferográfica preta;
3) papel branco com pautas ampliadas e/ou reforçadas em preto;
4) textos ampliados manualmente ou em computador;
5) gravuras simples, com poucos detalhes, contrastes intensos, cores vivas e contornos bem definidos;
6) máximo de contraste: preto sobre branco ou branco sobre preto (no pa-pel e no quadro-de-giz);
7) tiposcópio para leitura (serve como guia-de-linha e destaca o texto);
8) iluminação, preferencialmente, natural;
9) luminária com garras ou de pé, com haste flexível e lâmpadas fluorescentes ou incandescentes;
10) suporte inclinado para material de leitura e escrita.

Observações:

1) evitar papéis brilhosos para leitura;
2) permitir que o aluno sente-se próximo ao quadro-de-giz;
3) as sugestões acima não impedem que também se utilizem recursos ópticos, quando necessário;
4) sugerimos que o aluno seja avaliado por um especialista em baixa visão para que seja feita a prescrição adequada.

Recursos para melhorar a visão


As pessoas com baixa visão podem ter seu resíduo visual melhorado através dos seguintes recursos:

ópticos: aqueles que possuem lentes (óculos especiais, lupas, telessistemas, etc.), prescritos pelo oftalmologista.
não-ópticos: aqueles que não possuem lentes (iluminação, contraste, ampliação), de grande utilidade na escola, empregados como recursos didáticos, indicados pelo professor.
eletrônicos: videomagnificadores (CCTV, lupa eletrônica, maxilupa).
Tendo em vista que a baixa visão manifesta-se em cada pessoa de forma diferente, esses recursos não devem ser usados aleatoriamente, sendo necessários prescrição, orientação e acompanhamento do profissional habilitado.

Indicadores mais comuns que sugerem investigação oftalmológica em crianças de idade escolar

Existem indícios que, se observados, podem sugerir uma consulta ao oftalmologista. Os mais comuns são:
• Segurar habitualmente os livros muito próximos ou muito afastados dos olhos na leitura;
• Inclinar a cabeça para frente ou para um dos lados durante a leitura, com o intuito de ver melhor;
• Franzir ou contrair o rosto na leitura à distância;
• Fechar um dos olhos para ver melhor um objeto ou ler um texto;
• “Pular” palavras ou linhas na leitura em voz alta;
• Confundir letras na leitura ou na escrita;
• Trocar ou embaralhar letras na escrita;
• Não ler um texto na seqüência correta;
• Queixar-se de fadiga após a leitura;
• Apresentar desatenção anormal durante a realização das tarefas escolares;
• Reclamar de visão dupla ou manchada;
• Queixar-se de tonteiras, náuseas ou cefaléia durante ou após a leitura;
• Apresentar inquietação, irritação ou nervosismo excessivo após prolongado e intenso esforço visual;
• Piscar os olhos excessivamente ou lacrimejar, sobretudo durante a leitura;
• Esfregar constantemente os olhos e tentar afastar com as mãos os impedimentos visuais;
• Sofrer quedas, esbarrões e tropeços freqüentes sem causa justificada.

Indicação de filme: Janela da Alma


Sinopse
Dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual, da miopia discreta à cegueira total, falam como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo. O escritor e prêmio Nobel José Saramago, o músico Hermeto Paschoal, o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar, o neurologista Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo Godoy, entre outros, fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão: o funcionamento fisiológico do olho, o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade ­ se é que ela é a mesma para todos.

Recursos Tecnológicos

Os meios informáticos facilitam as atividades de educadores e educandos porque possibilitam a comunicação, a pesquisa e o acesso ao conhecimento.
Existem programas leitores de tela com síntese de voz, concebidos para usuários cegos, que possibilitam a navegação na internet, o uso do correio eletrônico, o processamento de textos, de planilhas e uma infinidade de aplicativos operados por meio de comandos de teclado que dispensam o uso do mouse.
Entre os programas mais conhecidos e difundidos no Brasil, destacamos:

DOSVOX: sistema operacional desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui um conjunto de ferramentas e aplicativos próprios além de agenda, chat e jogos interativos. Pode ser obtido gratuitamente por meio de “download” a partir do site do projeto DOSVOX:

http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox

VIRTUAL VISION: é um software brasileiro desenvolvido pela Micropower, em São Paulo, concebido para operar com os utilitários e as ferramentas do ambiente Windows. É distribuído gratuitamente pela Fundação Bradesco e Banco Real para usuários cegos. No mais, é comercializado. Mais informações no site da empresa:

http://www.micropower.com.br/

JAWS: software desenvolvido nos Estados Unidos e mundialmente conhecido como o leitor de tela mais completo e avançado. Possui uma ampla gama de recursos e ferramentas com tradução para diversos idiomas, inclusive para o português. No Brasil, não há alternativa de subvenção ou distribuição gratuita do Jaws, que é o mais caro entre os leitores de tela existentes no momento. Outras informações sobre esse software estão disponíveis em:

http://www.lerparaver.com
http://www.laramara.org.br/

Existem, ainda, outras ferramentas que possibilitam a produção de livros em formato digital, em áudio e em braille. É o caso, por exemplo, de scanner, de programas de reconhecimento óptico de caracteres para a digitalização de textos e programas que permitem converter o texto digitalizado em arquivo de áudio. Além disso, há programas magnificadores de tela, geralmente, conjugados com síntese de voz, desenvolvidos para quem tem baixa visão. É necessário que essas ferramentas estejam disponíveis no âmbito do sistema escolar, nos serviços e centros de apoio que visam promover a inclusão escolar e social.
Os laboratórios de informática, os tele centros e os programas de inclusão digital devem contar com meios informáticos acessíveis para pessoas cegas e com baixa visão, porque o uso de computadores e de outros recursos tecnológicos são tão fundamentais para elas quanto os olhos são para quem enxerga.

DVWiki: A primeira enciclopédia colaborativa para deficientes visuais! A DVWiki é uma enciclopédia virtual colaborativa com o objetivo de democratizar e registrar páginas sobre deficiência visual: sites de apoio, textos e artigos, acessibilidade, ferramentas, dicas e links sobre o assunto. Procura reunir perguntas frequentes em um só lugar, facilitando a divulgação, o estudo, a pesquisa e o conhecimento sobre o tema.
Obtido em "http://intervox.nce.ufrj.br/~dvwiki/index.php/P%C3%A1gina_principal"

Algumas atividades predominantemente visuais

Algumas atividades predominantemente visuais devem ser adaptadas com antecedência e outras durante a sua realização por meio de descrição, informação tátil, auditiva, olfativa e qualquer outra referência que favoreçam a configuração do cenário ou do ambiente. É o caso, por exemplo, de exibição de filmes ou documentários, excursões e exposições. A apresentação de vídeo requer a descrição oral de imagens, cenas mudas e leitura de legenda simultânea se não houver dublagem para que as lacunas sejam preenchidas com dados da realidade e não apenas com a imaginação. É recomendável apresentar um resumo ou contextualizar a atividade programada para esses alunos.
Os esquemas, símbolos e diagramas presentes nas diversas disciplinas devem ser descritos oralmente. Os desenhos, os gráficos e as ilustrações devem ser adaptados e representados em relevo. O ensino de língua estrangeira deve priorizar a conversação em detrimento de recursos didáticos visuais que devem ser explicados verbalmente. Experimentos de ciências e biologia devem remeter ao conhecimento por meio de outros canais de coleta de informação. As atividades de educação física podem ser adaptadas com o uso de barras, cordas, bolas com guiso etc. O aluno deve ficar próximo do professor.

O Desempenho Visual na Escola

Na escola, os professores costumam confundir ou interpretar erroneamente algumas atitudes e condutas de alunos com baixa visão que oscilam entre o ver e o não ver. Esses alunos manifestam algumas dificuldades de percepção em determinadas circunstâncias tais como: objetos situados em ambientes mal iluminados, ambiente muito claro ou ensolarado, objetos ou materiais que não proporcionam contraste, objetos e seres em movimento, visão de profundidade, percepção de formas complexas, representação de objetos tridimensionais, e tipos impressos ou figuras não condizentes com o potencial da visão.
O trabalho com alunos com baixa visão baseia-se no princípio de estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos remanescentes, bem como na superação de dificuldades e conflitos emocionais. Para isso, é necessário conhecer e identificar, por meio da observação contínua, alguns sinais ou sintomas físicos característicos e condutas freqüentes, tais como: tentar remover manchas, esfregar excessivamente os olhos, franzir a testa, fechar e cobrir um dos olhos, balançar a cabeça ou movê-la para frente ao olhar para um objeto próximo ou distante, levantar para ler o que está escrito no quadro negro, em cartazes ou mapas, copiar do quadro negro faltando letras, tendência de trocar palavras e mesclar sílabas, dificuldade na leitura ou em outro trabalho que exija o uso concentrado dos olhos, piscar mais que o habitual, chorar com freqüência ou irritar-se com a execução de tarefas, tropeçar ou cambalear diante de pequenos objetos, aproximar livros ou objetos miúdos para bem perto dos olhos, desconforto ou intolerância à claridade. Esses alunos costumam trocar a posição do livro e perder a seqüência das linhas em uma página ou mesclar letras semelhantes. Eles demonstram falta de interesse ou dificuldade em participar de jogos que exijam visão de distância.
Para que o aluno com baixa visão desenvolva a capacidade de enxergar, o professor deve despertar o seu interesse em utilizar a visão potencial, desenvolver a eficiência visual, estabelecer o conceito de permanência do objeto, e facilitar a exploração dirigida e organizada.
As atividades realizadas devem proporcionar prazer e motivação, o que leva à intencionalidade e esta desenvolve a iniciativa e a autonomia, que são os objetivos primordiais da estimulação visual.
A baixa visão pode ocasionar conflitos emocionais, psicológicos e sociais, que influenciam o desempenho visual, a conduta do aluno, e refletem na aprendizagem. Um ambiente de calma, encorajamento e confiança contribuirá positivamente para a eficiência na melhor utilização da visão potencial que deve ser explorada e estimulada no ambiente educacional, pois o desempenho visual está relacionado
com a aprendizagem. É recomendável, portanto, provocar a conduta de utilizar a visão para executar todo tipo de tarefas, pois a visão não se gasta com o uso. Além disso, o professor deve proporcionar ao aluno condições para uma boa higiene ocular de acordo com recomendações médicas. Conhecer o desenvolvimento global do aluno, o diagnóstico, a avaliação funcional da visão, o contexto familiar e social, bem como as alternativas e os recursos disponíveis, facilitam o planejamento de atividades e a organização do trabalho pedagógico.

Como identificar o aluno com baixa visão?

Alguns sinais e condutas recorrentes, observados informalmente dentro ou fora da sala de aula, podem ser indícios de baixa visão. Por exemplo: dor de cabeça constante, olhos vermelhos ou lacrimejantes, inclinação da cabeça para enxergar, intolerância à luz, hábito de apertar ou esfregar os olhos, trazer o papel, o caderno ou livro para perto dos olhos, chegar bem próximo do quadro negro ou da televisão para enxergar, tropeçar ou esbarrar em móveis ou objetos com freqüência, evitar executar tarefas que dependem da visão, demonstrar oscilação entre ver e não ver algo ou alguém etc.

Inclusão escolar de alunos com baixa visão.

A definição de baixa visão (ambliopia, visão subnormal ou visão residual) é complexa devido à variedade e à intensidade de comprometimentos das funções visuais. Essas funções englobam desde a simples percepção de luz até a redução da acuidade e do campo visual que interferem ou limitam a execução de tarefas e o desempenho geral. Em muitos casos, observa-se o nistagmo, movimento rápido e involuntário dos olhos, que causa uma redução da acuidade visual e fadiga durante a leitura. É o que se verifica, por exemplo, no albinismo, falta de pigmentação congênita que afeta os olhos e limita a capacidade visual. Uma pessoa com baixa visão apresenta grande oscilação de sua condição visual de acordo com o seu estado emocional, as circunstâncias e a posição em que se encontra, dependendo das condições de iluminação natural ou artificial. Trata-se de uma situação angustiante para o indivíduo e para quem lida com ele tal é a complexidade dos fatores e contingências que influenciam nessa condição sensorial. As medidas de quantificação das dificuldades visuais mostram-se insuficientes por si só e insatisfatórias. É, pois, muito importante estabelecer uma relação entre a mensuração e o uso prático da visão, uma vez que mais de 70% das crianças identificadas como legalmente cegas possuem alguma visão útil.